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Conceitos de Design


Para se fazer um bom design é necessário conhecer muito bem o produto que se está a trabalhar, dominar técnicas e ter bom senso para aplicar o seu conhecimento na hora de expressar as suas ideias. Um bom designer deve saber escutar, observar e destacar coisas que pessoas comuns não percebem, deve procurar expressar suas ideias através de formas e cores, a fim de mostrar o óbvio sem ser óbvio.

Abaixo, mostro alguns conceitos de Designers famosos:

  •  ICSID, 1958
Projectar a forma significa coordenar, integrar e articular todos aqueles factores que, de uma maneira ou de outra, participam no processo constitutivo da forma do produto (...) Isto refere-se tanto a factores relativos ao uso, fruição e consumo individual ou social do produto (factores funcionais, simbólicos ou culturais) quanto aos que se referem à sua produção (factores técnico-económicos, técnico-construtivos, técnico-sistemáticos, técnico-produtivos e técnico-distributivos)


  • Tomás Maldonado, 1961
Design é uma actividade projetual que consiste em determinar as propriedades formais dos objectos a serem produzidos industrialmente. Por propriedades formais entende-se não só as características exteriores, mas, sobretudo, as relações estruturais e funcionais que dão coerência a um objecto tanto do ponto de vista do produtor quanto do usuário. 

  • Gillo Dorfles, 1963
O que se exige para poder considerar que um objecto pertence ao desenho industrial é: 

  1. a sua fabricação em série; 
  2. a sua produção mecânica, 
  3. e a presença nele de um quociente estético, 
devido ao fato de ter sido inicialmente projectado e não a uma sucessiva intervenção manual. Eis porque razão não é lícito pensar em desenho industrial em relação aos objectos pertencentes a épocas anteriores à revolução industrial, (...) em cuja base existe sempre um momento de projecto, de criação pelo desenho, e um momento repetitivo de produção mecanizada e em série.

  • Bernd Löbach, 1976
Design é o processo de adaptação do entorno objectivo às necessidades físicas e psíquicas dos indivíduos da sociedade. (...) Design de produto é o processo de adaptação de produtos de uso de fabricação industrial às necessidades físicas e psíquicas dos usuários e grupos de usuários.

  • Gui Bonsiepe, 1982
O Design industrial é uma actividade projetual, responsável pela determinação das características funcionais, estruturais e estético-formais de um produto, ou sistemas de produtos, para fabricação em série. É parte integrante de uma actividade mais ampla denominada desenvolvimento de produtos. Sua maior contribuição está na melhoria da qualidade de uso e da qualidade estética de um produto, compatibilizando exigências técnico-funcionais com restrições de ordem técnico-económicas. 

  • Philip Kotler, 1989
Design é a tentativa de conjugar a satisfação do cliente com o lucro da empresa, combinando de maneira inovadora os cinco principais componentes do design: performance, qualidade, durabilidade, aparência e custo. O domínio do design não se limita aos produtos, mas inclui também sistemas que determinam a identidade pública da empresa (design gráfico, embalagens, publicidade, arquitetura, decoração de interiores das fábricas e dos pontos de vendas).

  • Gui Bonsiepe, 1992
O design é o domínio no qual se estrutura a interacção entre usuário e produto, para facilitar acções efectivas. Design industrial é essencialmente design de interfaces. 

  • ICSID, 2000
Design é uma actividade criativa cujo propósito é estabelecer as qualidades multi-facetadas de objectos, processos, serviços e seus sistemas de ciclos de vida. Assim, design é o factor central da humanização inovadora das tecnologias e o factor crucial das trocas económicas e culturais. (...) Design trata de produtos, serviços e sistemas concebidos através de ferramentas, organizações e da lógica introduzidas pela industrialização – não somente quando são produzidos em série.

  • Icograda, 2001
Design gráfico é uma actividade intelectual, técnica e criativa concernente não somente à produção de imagens, mas à análise, organização e métodos de apresentação de soluções visuais para problemas de comunicação. Informação e comunicação são as bases de um modo de vida global interdependente, seja na esfera dos negócios, cultural ou social. Ao designer gráfico cabe a tarefa de fornecer respostas aos problemas de comunicação de todo tipo em todos os sectores da sociedade. 

DESIGN É ARTE, CIÊNCIA OU TECNOLOGIA? 


  • (Design-Ciência) 

Design não é e nem será uma ciência. Houve muita inserção de teorias e de um desenvolvimento metodológico acentuado especialmente durante a década de 60. A tendência dessas contribuições (Teoria dos conjuntos, Teoria dos Sistemas, Teoria da Informação, Teoria da Tomada de Decisões, métodos da ergonomia psicanálise e da psicologia) era a de separar o Design da esfera das artes de aproximá-lo da ciência, aperfeiçoar as actividades e de conferir-lhe maior rigor técnico e metodológico.


  • (Design-Arte)

 Design não é e nem será arte. Não há justificativa para uma interpretação do design como uma actividade artística, supostamente intuitiva. A arte, através de seus arquétipos há muito hegemónicos (pintura, escultura, desenho etc.), não é a única possibilidade da experiência estética. O mundo do design está ligado ao da estética, mas não necessariamente ao da arte.(Gui Bonsiepe)

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